domingo, 27 de dezembro de 2009

Vamos a uma breve retrospectiva do esporte pelo Brasil e pelo mundo...

O ano de 2008 para o esporte foi, digamos, rápido. Foram 42 recordes mundiais quebrados só em Pequim, sendo 25 na piscina do Cubo D’Água. Michael Phelps quebrou 6 recordes, Usain Bolt baixou o tempo nas 3 provas que disputou (100m, 200m e 4x100m), Yelena Isinbayeva mostrou que é ela a rainha das alturas e César Cielo fez história ao ser o primeiro brasileiro no lugar mais alto do pódio na natação. Os céticos diriam que esse foi o ápice, que dificilmente recordes iriam ser pulverizados novamente no mesmo ritmo e que a história não se repetiria.

Pois bem, não foi assim que 2009 funcionou. Se 2008 foi de Jogos Olímpicos, 2009 foi o ano dos Mundiais. E o mundo viu que um raio pode sim cair 2x no mesmo lugar. Bom, talvez não no mesmo lugar. Mas na mesma pessoa, seja em Berlim, Roma ou aqui no Brasil mesmo, em São Paulo, na piscina do Clube Pinheiros.


ESPORTES AQUÁTICOS

Bom, o auge da natação esse ano aconteceu entre 17 de julho e 2 de agosto, em Roma, no Mundial de Esportes Aquáticos. Foram 43 recordes mundiais quebrados, um brasileiro duas vezes no lugar mais alto do pódio, Michael Phelps perdendo o trono e ficando com raivinha. Nossa, foi muita coisa.

Para o Brasil, a competição começou mesmo só dia 21, na praia de Óstia, com a Maratona Aquática de 5km. A paulista Poliana Okimoto garantiu a medalha de bronze, a primeira do país na competição.

A bandeira brasileira voltou a subir no dia 29 de julho com a medalha de prata de Felipe França dos 50m peito (prova não-olímpica). Felipe foi para a competição com o recorde mundial da prova, 26s89, batido no dia 8 de maio na piscina do Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro. A expectativa do primeiro lugar era grande mas o sul-africano Cameron van der Burgh obteve o melhor tempo da prova nas eliminatórias, na semifinal e na final, quebrando o recorde mundial duas vezes. Mas nada disso tirou a felicidade do brasileiro, que desabou no pódio e conquistou o Foro Itálico.

Nesse mesmo dia 29 começava a história de ouro de outro brasileiro. Bronze nos 100m e ouro nos 50m livre em Pequim, César Cielo era uma das grandes promessas da competição e esperança brasileira em Roma. O recorde mundial dos 100m, 47s05, pertencia ao australiano Eamon Sullivan desde Pequim e era um dos objetivos do brasileiro. Passou pelas eliminatórias em oitavo e pela semifinal em segundo, atrás apenas do francês campeão olímpico Alain Bernard. E, no dia seguinte, o primeiro grande feito do ano. Medalha de ouro e recorde mundial com 46s91, primeiro homem abaixo dos 47s.

Mas Cesão queria mais. No dia seguinte, se classificou em primeiro nas eliminatórias dos 50m livre e em quarto na semifinal. E a consagração veio na final. Medalha de ouro novamente. E Cielo se juntou então ao russo Alexander Popov no Hall da Fama da Natação como os únicos atletas da história a ganhar o ouro nessa prova em Olimpíada e em Mundial. Bom, o recorde da prova não veio, mas isso é papo para mais embaixo.

Uma dos pontos altos desse Mundial foi ver o mito Michael Phelps perder uma prova e ver o próprio recorde batido. O milagre aconteceu nos 200m livre e o alemão Paul Biedermann liderou a prova nas 3 etapas e diminuiu o recorde em quase 1 segundo. O americano não gostou muito e sobrou reclamação até para o supermaiô, que ele também usa. Mas nas outras 5 provas ele voltou a ser o Phelps de sempre e ganhou medalha de ouro em todas, com direito a 4 recordes mundiais incluindo o dos 100m borboleta, único que tinha faltado em Pequim. As outras provas foram 200m borboleta, 4x100m e 4x200m livre e 4x100m medley. No 4x100m a França até tentou uma vingança pela prova de Pequim ficando a frente dos EUA nas eliminatórias, mas não adiantou e ainda terminaram em terceiro, com a equipe russa em segundo. Na mesma prova, a equipe brasileira quebrou o recorde da competição nas eliminatórias, mas terminou em quarto lugar na final.

Nas provas femininas os grandes destaques foram Britta Steffen e a musa local Federica Pellegrini. A alemã brilhou nos 50m e 100m livre, levando a medalha de ouro e se tornando a mulher mais rápida do mundo nas duas provas. Já a italiana levou os 200m e 400m livre, também com direito a recorde mundial.

Pensou que o ano da natação se encerrou aí? Pois é, não. O Brasil ainda conseguiu resultados excelentes na Copa do Mundo FINA de Natação em Piscina Curta. Foram 5 etapas disputadas no mês de novembro e o Brasil conquistou nada mais nada menos que 27 medalhas, com direito a 51 recordes sul-americanos, 3 da competição e um mundial, com Kaio Marcio nos 200m borboleta. Nicholas Santos se tornou ainda o primeiro sul-americano a baixar os 21s nos 50m livre e agora o Brasil detém todos os recordes da América do Sul.

Outro ouro importantíssimo para a natação brasileira foi o de Poliana Okimoto na Copa do Mundo de Maratona Aquática. Depois da medalha de bronze na Copa do Mundo de Esportes Aquáticos, Poliana venceu 9 das 11 etapas do circuito de maratonas e garantiu o título inédito para o Brasil. E no masculino, o baiano Allan do Carmo terminou o circuito em segundo lugar, atrás apenas do alemão Thomas Lurz.

Mas a natação brasileira não parou por aí não e ainda fechou o ano com chave de ouro. César Cielo, sempre ele, quebrou o recorde mundial dos 50m livre semana passada em águas brasileiras. O feito foi alcançado em sua última competição do ano, no Torneio Open, no Clube Pinheiros, em São Paulo. Cielo agora é o único nadador da história a terminar uma temporada com o título mundial e o recorde dos 50m e dos 100m livre. E a mesma proeza também foi realizada na natação feminina, já que a alemã Britta Steffen também tem os dois títulos e recordes.

O ano foi sensacional para natação mundial e, agora, tanto Cielo quanto Steffen provavelmente continuarão como os mais rápidos do mundo por um bom tempo, já que os supermaiôs estão proibidos a partir do ano que vem. 2010 provavelmente será um ano “morto” para a modalidade e principalmente de transição para os atletas, que terão que se acostumar novamente aos trajes “sem” tecnologia. Agora é hora de desenvolver novas técnicas de treinamento e esperar para ver por quanto tempo esses recordes irão durar.


ATLETISMO

Saindo da água e indo para as pistas. Em agosto aconteceu em Berlim, Alemanha, o 12º Mundial de Atletismo. O mundo voltava os olhos para Usain Bolt, Yelena Isinbayeva, Maurren Maggi e tantos outros que fizeram história em 2008 em Pequim e prometiam repetir a dose no imponente Estádio Olímpico de Berlim.

A competição começou com o abusado Usain Bolt quebrando mais um recorde mundial. O jamaicano fez o que provavelmente ninguém achou que fosse possível e baixou a própria marca dos 100m rasos de 9,69s para 9,58s. Dias depois, não satisfeito, Bolt bateu o recorde dos 200m que também pertencia a ele, levando a marca de 19,30s para 19,19s. Será que alguém algum dia vai conseguir ser mais rápido que ele?

Além dos dois recordes do jamaicano, somente um foi quebrado na competição, no arremesso de martelo feminino. A polonesa Anita Wlodarczyk subiu a marca de 77,80m para 77,96m.

Enquanto Bolt não decepcionou ninguém, a musa Isinbayeva frustrou muita gente ao ser eliminada da prova de salto com vara. A russa se classificou em primeiro nas eliminatórias, mas errou todos os saltos da final. Yelena usou a mesma tática que usa normalmente, de abrir mão dos primeiros saltos, mais baixos, para se poupar. Começou com 4,75m e errou. Subiu para 4,80m, errou os dois saltos seguintes, foi desclassificada e viu a polonesa Anna Rogowska subir no lugar mais alto do pódio saltando 4,75m (30cm a menos que o recorde mundial). A brasileira Fabiana Murer terminou em quinto lugar.

Já Maurren Maggi frustrou as esperanças brasileiras por medalha no salto em distância. A campeã olímpica se classificou para a final, mas não suportou as dores no joelho, que já incomodavam antes da competição. A atleta acabou se submetendo a uma cirurgia em setembro.

Se Yelena Isinbayeva decepcionou os alemães, não podemos dizer a mesma coisa dos suíços. Duas semanas depois de perder o Mundial, ela bateu o recorde mundial na etapa suíça da Golden League de Atletismo, em Zurique. Yelena subiu a marca de 5,05m para 5,06m e continua sendo a única mulher no mundo a ultrapassar a barreira dos 5m de altura.

Bolt ainda quebrou outro recorde no ano, em maio, em Manchester, Inglaterra. O jamaicano baixou o tempo dos 150m rasos, prova que não é disputada em olimpíadas ou mundiais, para 14,35s.


GINÁSTICA ARTÍSTICA

A ginástica esse ano brilhou por conta de Diego Hypólito. O carioca conquistou o tetracampeonato de solo masculino na etapa de Osijek, Croácia. Foi a grande recuperação do atleta, que era a grande promessa de medalha do Brasil para os Jogos Olímpicos de Pequim, mas voltou de mãos abanando para casa. Ainda durante o ano, a Ginástica Artística realizou campeonatos Brasileiros, participou de torneios internacionais e vem se firmando na modalidade como um dos países favoritos para brigar por medalhas em 2012, destacando-se nomes como do próprio Diego, Mosiah Rodrigues, Danielle Hypólito, Ethiene Franco, medalha de bronze na trave e no salto na etapa de Moscou do Mundial de Ginástica, e Jade Barbosa.


LUTAS

Ano de conquistas também pro pessoal do tatame. A seleção brasileira de judô fez bonito e trouxe várias medalhas para gente em 2009. Contabilizando então, no feminino Sarah Menezes levou o bicampeonato da categoria na França e bronze no Grande Slam do Japão; Erika Miranda foi bronze no Japão e no Grande Slam Brasil, Mariana Silva levou o bronze no Japão junto com Mayra Aguiar; e Daniela Polzin e Rafaela Silva garantiram bronze no Grande Slam Brasil. Já entre os homens, Leandro Guilheiro foi bronze no Grande Slam Japão e prata no Brasil, Luciano Corrêa foi prata no Grande Slam Rússia e venceu o Troféu Brasil de Judô, em Porto Alegre/RS; Hugo Pessanha subiu ao pódio com o ouro da etapa inglesa do Mundial de Judô, Daniel Hernandez conquistou o único ouro brasileiro no Grand Slam Brasil; e Tiago Camilo foi bronze em Moscou.

Falar em luta, a UFC esse ano teve a vitória quase supersônica do Vitor Belfort. Em três minutos de 20 segundos ele pôs a nocaute o americano Rich Franklin. Falar em arrebentar, Forrest Griffin chegou a fazer um sinal para o curitibano Anderson Silva não lhe agredir mais, depois dos vinte e quatro socos que levou na luta contra o brasileiro. A derrota foi tão humilhante que logo após ele se retirou sem falar com ninguém, alegando ter deslocado a mandíbula. Prato cheio para os adversários do americano, que debocharam até pelo twitter.


O grande campeão do ano foi o Barcelona. O time de Pepe Guardiola ganhou simplesmente todos os 6 títulos que disputou. Foi Liga dos Campeões, Campeonato Espanhol, Copa do Rei, Supercopas da Europa e da Espanha e o mais recente, o Mundial de Clubes.

Pela Liga dos Campeões 2008/2009, o Barcelona passou por cima do Lyon, Bayern de Munique, Chelsea (na fase mata-mata) e encarou o inglês Manchester United na grande final. A partida, realizada em Roma, terminou 2x0, com gols de Samuel Eto’o e Messi. A vitória garantiu a vaga do time espanhol no Mundial de Clubes, campeonato recheado de emoção.

Realizado dessa vez em Abu Dhabi, o Mundial de Clubes prometia um duelo argentino na final. E foi exatamente o que aconteceu. O Barcelona despachou o mexicano Atlante na semifinal enquanto o Estudiantes venceu o sul-coreano Pohang Steelers. A final prometia ser tensa e de fato foi. O Estudiantes abriu o placar e era campeão até os 43min do segundo tempo, quando Pedro empatou e levou o jogo para prorrogação. Foi aí que o argentino Messi brilhou contra o time compatriota e fez um gol de peito já no segundo tempo. Enfim o time catalão era campeão do mundo.

Mudando de país, a temporada européia 2008/2009 consagrou um tetracampeão e um tricampeão. A Internazionale de Milão conquistou o caneco italiano pela quarta vez seguida e ainda garantiu a artilharia da temporada com o sueco Zlatan Ibrahimović e seus 25 gols. Já no Campeonato Inglês, o Manchester United garantiu o terceiro título seguido e só não teve uma temporada perfeita porque perdeu a final da Liga dos Campeões.


O intervalo entre a temporada 2008/2009 e 2009/2010 foi recheada de dinheiro. 8 anos depois da transação milionária do francês Zinedine Zidane do Juventus para o Real Madrid por 75 milhões de euros, o mesmo Real Madrid bateu o recorde ao levar Cristiano Ronaldo do Manchester United por 96 milhões. A apresentação do craque português teve direito a estádio lotado com 80mil pessoas e transmissão ao vivo. O time espanhol ainda arrematou o brasileiro Kaká por 68 milhões e o francês Benzema por 35 milhões. Com tanta estrela, a questão que ainda está no ar é: será que esse dinheiro todo é páreo para o melhor do mundo Barcelona?


O time catalão também sofreu modificações importantes mas que, na minha opinião, não afetaram o brilhantismo da equipe. O camaronês Samuel Eto’o, o mesmo que fez um dos gols na final da Liga dos Campeões, foi para a Internazionale de Milão em uma troca com o sueco Zlatan Ibrahimović.

Já na Inglaterra, a mudança mais sentida da temporada, além da saída de Cristiano Ronaldo, foi a transferência de Carlitos Tévez do Manchester United para o Manchester City. O argentino teve direito até a outdoor promovendo sua contratação, o que irritou seu ex-técnico Alex Ferguson. Outra transferência badalada e, diga-se de passagem, no estilo “a volta dos que não foram”, foi a contratação de Michael Owen pelo Manchester United. O jogador vinha tendo atuações irregulares desde 2006, quando sofreu uma lesão no joelho, e estava atuando sem muito destaque pelo Newcastle. Sir Alex Ferguson enxergou nele potencial para substituir Cristiano Ronaldo e até agora não decepcionou.


DA EUROPA PARA SELEÇÃO BRASILEIRA


A seleção canarinho faturou o título da Copa das Confederações, aka “treino para a Copa do Mundo”, na África do Sul. O time de Dunga venceu os Estados Unidos por 3x2 na final depois de passar sufoco para vencer a seleção sul-africana na semifinal. Os Bafana-Bafana, até então dirigidos pelo nosso querido Joel Santana, fez jogo duro e só perdeu depois de um gol de falta de Daniel Alves no final do segundo tempo.

A seleção brasileira também foi bem nas Eliminatórias da Copa do Mundo 2010, garantindo a classificação com 3 rodadas de antecedência em cima da Argentina na casa do adversário. A “competição” foi bem tensa ao redor do mundo, com grandes times tendo que disputar a vaga somente na repescagem. Mas, no final das contas, independentemente de gols de mãos francesas ou impedimentos argentinos, se classificou exatamente quem tinha que ir. Talvez com exceção da Rússia, que foi eliminada pela Eslovênia na repescagem. Todos os países classificados e seus respectivos grupos, já sorteados, se encontram abaixo. A missão do Brasil, aliás, não será nada fácil, já que terá que encarar dois dos melhores atacantes do mundo, o marfinense Drogba e o português Cristiano Ronaldo.


As seleções de base também tiveram seus momentos ao longo do ano. O time sub-20 foi vice-campeão mundial ao ser derrotado na final, nos pênaltis, pelo time de Gana. Já o time sub-17 conseguiu um feito inédito: ser eliminado logo na primeira fase do Mundial.


AGORA, AMÉRICA DO SUL


Os dois campeonatos continentais tiveram vices brasileiros. No primeiro semestre, o Cruzeiro chegou a final da Libertadores depois de eliminar São Paulo e Grêmio, mas não foi páreo para o argentino Estudiantes. Dos outros 2 brasileiros na competição, o Palmeiras eliminou o Sport nas oitavas-de-final e foi eliminado da fase seguinte pelo Nacional do Uruguai.

No segundo semestre foi a vez do Fluminense repetir o feito de 2008 e ficar em segundo lugar em uma competição continental, dessa vez a Sul-Americana. E pior, contra o mesmo adversário, o equatoriano LDU, e em uma situação bem parecida. Enquanto ano passado o tricolor perdeu o primeiro jogo por 4x2, ganhou o segundo por 3x1 e levou a decisão para os pênaltis, esse ano ele perdeu o primeiro jogo por 5x1 e ganhou o segundo por 3x0. Mas dessa vez o placar não foi suficiente para disputa de pênaltis e a LDU se sagrou campeã.


BRASIL-SIL-SIL


O ano no Brasil começa sempre com os estaduais, que só servem mesmo como uma pré-temporada longa e para poder sacanear o time que perde.


O campeonato do Rio é sempre o mais divertido, já que tem Taça Guanabara, Taça Rio e a grande final, com os dois respectivos vencedores. O Flamengo buscava o penta-tri e ainda queria a hegemonia carioca, já que empatava em 30 títulos com o Fluminense. Mas, o rubro-negro carioca passou vergonha na Taça Guanabara perdendo a semifinal para o Resende com 2 jogadores expulsos. Mas, como alegria de time pequeno dura pouco, o Resende acabou perdendo a final para o Botafogo, que garantiu a vaga na final. O Flamengo então tinha que ganhar a Taça Rio para repetir pela terceira vez seguida a final contra o Botafogo. E ganhou exatamente em cima do Botafogo, com direito a gol contra do zagueiro Emerson, garantindo assim a vaga na final.

Bom, os dois jogos da final foram 2x2, levando a uma emocionante disputa de pênaltis. E foi aí que Bruno começou a brilhar como um dos melhores defensores de pênalti do Brasil e o Flamengo foi campeão por 4x2, se tornando o Rei do Rio.

O campeonato de São Paulo é bem chatinho e só se presta atenção mesmo quando chega nas semifinais. Ok, mentira, se prestava atenção nos jogos do Corinthians para ver a volta do Ronaldo, que marcou seu retorno de fato com um gol de cabeça no Palmeiras. Bom, sem nenhuma surpresa, os 4 grandes paulistas chegaram na semifinal com Palmeiras enfrentando o Santos e o Corinthians disputando a vaga com o São Paulo. O time do litoral venceu os dois jogos contra Palmeiras, que ainda era dirigido por Luxemburgo. Já o São Paulo, até então do todo poderoso Muricy Ramalho, também perdeu os dois jogos para o Corinthians. Na final, deu o esperado. Madson e Neymar não eram páreo para Ronaldo, Dentinho e cia, e o gorducho faturou seu segundo título no Brasil (o primeiro foi o Mineiro de 1994, com 17 anos).

Por falar em campeonato mineiro, o Galo manteve o rótulo de freguês e perdeu de novo para o Cruzeiro, e novamente de forma humilhante. Em 2008, a Raposa venceu o primeiro jogo por 5x0 e o segundo por 1x0. Em 2009, quase a mesma coisa. Venceu o primeiro jogo de novo por 5x0, mas empatou o segundo em 1x1. Bom, se vale prêmio de consolação, pelo menos dessa vez o Atlético teve a artilharia do campeonato, com Diego Tardelli.

Já no Gauchão, deu Internacional, de novo também. Percebe-se que os estaduais são meio óbvios, mas enfim. O campeonato lá é igual ao do Rio, dividido em 2 turnos, com duas taças diferentes. E como o Grêmio abdicou do torneio para pensar na Libertadores, ficou mais fácil ainda para o Inter ganhar os dois turnos e ser campeão antecipadamente. Não teve nem graça.

Na mesma época dos estaduais tem a Copa do Brasil, onde nossos times queridos jogam com equipes esquisitas do interior do país para tentar, no final, uma vaga na Libertadores. Depois de trocentas fases, Vasco, Corinthians, Coritiba e Internacional chegaram as semifinais, numa disputa Rio-SP e Paraná-Rio Grande do Sul. A final então ficou entre Internacional e Corinthians, com vitória do time paulista e mais um título na conta do Ronaldo. O que o técnico Mano Menezes não esperava é que o time fosse entrar de férias e brincar no Brasileiro.


Falando em Brasileiro, chegou a hora de falar do campeonato mais legal dos últimos tempos. Ok, primeiro uma menção honrosa ao Vasco, pelo título mais do que merecido da Série B e pela volta a Série A, lugar de onde nunca deveria ter saído. Voltemos ao que interessa.

Nunca na história dos pontos corridos o Brasil teve um torneio tão legal, tão disputado, com tantos times com chances de título ou de rebaixamento e com um campeão tão improvável. Pela primeira vez o campeonato teve um time como líder por 17 rodadas e que terminou sem nem garantir vaga na Libertadores e um campeão que assumiu a liderança na penúltima rodada.

O campeonato começou com os favoritos de sempre e o Internacional com o melhor elenco do país, segundo especialistas. O Cruzeiro ignorava os jogos só pensando na Libertadores. O São Paulo, como sempre, demorava para engrenar. O Grêmio mantinha a sina de ganhar em casa e perder fora. O Palmeiras começou decolando e não demorou muito para assumir a liderança. O Atlético Mineiro também começou bem, se mantendo sempre no topo. E ninguém apostava nos times do Rio.

O Botafogo desde o início não apresentava um time regular. O Fluminense ia trocando de técnico como se troca de roupa. E o Flamengo mergulhava numa crise de egos entre técnico e jogadores.

Mas o campeonato é longo, as equipes perdem e ganham jogadores, trocam de técnicos. E foi mais ou menos isso que aconteceu. O São Paulo perdeu Muricy Ramalho, que não conseguia mais agüentar a pressão pelas más atuações do time. Ganhou Ricardo Gomes. O Palmeiras perdeu Luxemburgo e colocou o interino Jorginho, que levou o time ao topo da tabela. Tempos depois, saiu Jorginho e ganhou o Muricy, que fez todo mundo desaprender a jogar futebol e aos poucos o Palmeiras caiu. O Cruzeiro até manteve o técnico, perdeu poucos jogadores (o mais sentido foi Ramires), caiu de produção com a perda da Libertadores mas deu uma arrancada sensacional no final. E o Internacional manteve uma certa regularidade durante todo o campeonato, permanecendo no G4 em quase todas as rodadas.

Com os times do Rio foi a mesma coisa. O Fluminense foi ao fundo do poço, mas viu no apoio da torcida e na volta de Fred depois de uma grave lesão a chance de arrancar e sair da zona de rebaixamento. O Botafogo continuou irregular, mas tirou forças de onde não tinha para vencer adversários difíceis na reta e também fugir da série B. E o Flamengo conseguiu o que ninguém imaginava. Achou em um ex-jogador o técnico perfeito. Trouxe Álvaro e Maldonado, dois jogadores que se encaixaram feito uma luva no time. Viu em um “ex”-ídolo o meia perfeito. A torcida se mobilizou como nenhuma outra para empurrar o time, mesmo nos piores momentos, como a derrota para o Barueri e o empate para o Goiás, faltando 2 rodadas para acabar o campeonato.

O rubro-negro carioca se sagrou então hexacampeão brasileiro, para felicidade de uma torcida que não tinha um gostinho como esse há 17 anos. São Paulo, Internacional e Cruzeiro ficaram com as outras 3 vagas da Libertadores. O Palmeiras terminou em quinto. Sport, Náutico, Coritiba e Santo André vão passar o ano na série B. Botafogo e Fluminense não caíram e o futebol carioca chega em 2010 com força total.


Bom, é isso.

O blog ALS deseja a todos...

Um Feliz Natal para todos e um ótimo 2010. Até ano que vem.

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